Mesmo depois do atual presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PSL) vir a público pedir voto ao Capitão Contar (PRTB), durante debate em rede nacional, no primeiro turno, o eleitor de Mato Grosso do Sul, historicamente bastante conservador, escolheu o caminho menos arriscado e elegeu Eduardo Riedel (PSDB) governador do Estado.
No MS, os dois candidatos ao governo do Estado apoiavam Bolsonaro, que recebeu 60% dos votos válidos dos sul-mato-grossenses. Eduardo Riedel (PSDB) contou com o apoio da maioria dos partidos, dos prefeitos e vereadores, do atual governador Reinaldo Azambuja e da senadora eleita Teresa Cristina (PP). O amplo arco de aliança foi crucial para a vitória o que mostra que a maioria defende a continuidade do trabalho de gestão municipalista implantado nos últimos quatro anos pelo atual governador.
No segundo turno Bolsonaro prometeu ficar neutro, nas eleições do Estado, mas vários ministros e políticos eleitos pela direita gravaram mensagens pedindo apoio ao Capitão Contar. Essa movimentação foi vista com maus olhos pela cúpula do PSDB, que recebeu as declarações como atitude desleal.
No primeiro turno Contar ora aparecia em terceiro, ora em quarto lugar nas pesquisas. Enquanto André Puccinelli (MDB) e Riedel (PSDB) disputavam a liderança. Mas o eleitor viu o cenário mudar na última semana da primeira fase das eleições, com a declaração de Bolsonaro, que tirou da jogada o ex-governador Mdbista, que tinha o maior percentual de rejeição.
Outro que viu os votos derreterem foi Marquinhos Trad (PSD), por conta das acusações de assédio sexual. O novo quadro colocou então na disputa do governo do Estado dois candidatos "bolsonaristas".
No segundo turno Capitão Contar aparecia na frente em algumas pesquisas e em outras Riedel liderava, mas sempre com pouca diferença. Crendo estar na frente das pesquisas, Contar decidiu não comparecer em praticamente todos os debates. Participou apenas do último realizado pela afiliada da Rede Globo de Televisão que aconteceu três dias antes das eleições.
O despreparo de Contar e a péssima atuação durante o debate revelou o despreparo do militar da reserva em administrar o Estado e foi crucial para que os eleitores indecisos dessem o favoritismo para Riedel que irá governar o Mato Grosso do Sul pelos próximos quatro anos.
A maior surpresa dessas eleições foi a diferença de votos entre os dois candidatos, que passou de 10 pontos percentuais. Nem os mais otimistas apostavam numa margem tão folgada para o candidato tucano, já que as pesquisas mostravam no máximo 5% de vantagem para Eduardo Riedel.
Como Eduardo Riedel foi lançado candidato para suceder o atual governador, por já ter ocupado os cargos de Secretário de Estado de Infraestrutura e também foi Secretário de Governo de Reinaldo Azambuja, o processo de transição promete sertranquilo e muitos dos serviços e programas que estão em andamento não deverão ser paralisados.
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