O trabalhador Waldeson Rodrigues da Silva morreu vítima de acidente de trabalho no dia 15 de agosto de 2022. O acidente aconteceu dentro da empresa que pertenceu ao atual Governador de Mato Grosso, Mauro Mendes e que atualmente está sob administração da esposa, a primeira-dama Virgínia Mendes (como confirmam documentos abaixo). Acontece que quase um ano já se passou e até o momento nenhuma indenização foi paga à família, por nenhuma das empresas, pela morte do colaborador.
Até mesmo a Audiência de Instrução do processo que estava marcada para o dia 15 desse mês foi adiada. Um dia antes, no dia 14, a Bimetal entrou com o pedido para protelar a audiência, alegando dúvidas acerca de Maria Odete poder ser a autora da ação enquanto ex-companheira de Waldeson, muito embora antes disso, a mesma empresa já havia entrado com uma ação de consignação reconhecendo a condição de companheira da Dona Maria (0000536-54.2022.5.23.0008).
A MORTE
Waldeson, que tinha 50 anos morreu esmagado contra a parede da sala em que estava na empresa, que foi atingida por um caminhão pipa descontrolado, levando a morte imediata.
Embora Waldeson não tivesse filhos, deixou uma companheira, a Dona Maria Odete Ribeiro de Almeida, que desde então tenta receber a indenização pela morte do companheiro, na Justiça. Ela tem passado por muitas dificuldades pois sofre de graves problemas na coluna e nos joelhos, fibromialgia e depressão, e tem sobrevivido com a ajuda de parentes e pequenos bicos, já que Waldeson era quem sustentava o casal. Seu processo está tramitando na 3º Vara do Trabalho de Várzea Grande/MT (0000766-87.2022.5.23.0108).
Além da Bimetal, também respondem o processo de indenização as empresas Minerbras Mineração LTDA e Polimix Concreto LTDA, essa última que tem como sócio-proprietário o filho do Governador, Luiz Antônio Mendes. Segundo o pedido no processo todas as empresas devem responder pela indenização da morte do trabalhador, por terem envolvimento direto e por serem todas empresas de um mesmo grupo.
DEFESA
Procurado por essa reportagem, a defesa de Dona Maria, representada pelo advogado Rafael Medeiros, esclareceu que o pedido de adiamneto da audiência é absurdo. "É uma estratéga protelatória, pois um trabalhador morreu e a empresa sabe que Dona Maria era companheira de Waldeson, tanto que já reconheceu isso em um processo que ela mesmo entrou, além disso, nessas horas o que importa é indenizar a família e reparar o dano pela morte de um trabalhador que morreu dando sua vida pela empresa", explicou o advogado.
A convivente de Waldeson, Dona Maria Odete, também lamentou o ocorrido, alegando que atualmente ela passa por muita dificuldade financeira, porque até o momento não recebeu nada e o companheiro era quem sustentava a casa. Disse ainda que é injusto o que está acontecendo porque o marido era muito dedicado a empresa onde trabalhou durante todos esses anos.
OUTRO LADO
Ainda não há uma data marcada para a realização da nova audiência. O site não obtive êxito no contato com as empresas até o fechamento desta reportagem, mas deixa o espaço aberto caso a outra parte citada queira se manifestar.
CNon