Dinheiro apreendido era de desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso

Os quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo apreendidos na manhã desta quinta-feira era do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, do TJ/MS. O dinheiro foi encontrado durante cumprimento de mandato de busca e apreensão na residência do magistrado pela Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de compra de sentenças judiciais.

Os agentes encontraram notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e também de dólares no local. Além do montante em espécie, foram apreendidos documentos, mídias digitais, computadores e celulares.

A operação, realizada em conjunto com o MPF, cumpriu 44 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande/MS, Brasília/DF, Cuiabá/MT e São Paulo/SP. A decisão do STJ tem 120 páginas e contem dentre outras provas, prints de conversas com negociações de sentenças, valores e formas de pagamentos.

Ao todo, cinco desembargadores foram alvo das buscas. São eles: Sérgio Fernandes Martins; presidente do TJ-MS, Sideni Soncini Pimentel, futuro presidente do TJ-MS; Vladimir Abreu Da Silva, futuro vice-presidente do TJ-MS; Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Aguiar Bastos.

Entre as medidas cautelares decretadas, estão o afastamento de funções públicas, monitoramento eletrônico com uso de tornozeleira e no caso do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, a quebra de sigilo fiscal.

NOTA DO TJ-MS

Por meio de nota, o TJ-MS afirmou que, "até o presente momento", "não teve acesso aos autos e ao inteiro teor da decisão que motivou a ação".

"Em virtude disso, não dispomos de subsídios suficientes para emitir qualquer declaração ou posicionamento sobre os fatos. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a legalidade, e assim que tivermos mais informações, estaremos à disposição para atualizações."