A empresa Biosev que faz parte do grupo COSAN, que tem como presidente o Bilionário do Agronegócio, Rubens Ometto, tem negado auxílio ao trabalhador Joaquim Cardoso Duarte demitido doente em novembro de 2020, mesmo com dores nas costas por conta de lesões causadas pela atividade que exercia e tratando de um câncer de pele, nos braços e no tórax, descoberto em 2018.
Desligado do trabalho, o colaborador passou por problemas financeiros enfrentando necessidades básicas. Sem plano de saúde e seguro de vida teve ainda dificuldade para dar continuidade ao tratamento médico e se viu obrigado a entrar com ação trabalhista contra a usina.
O grupo alegou falta de dinheiro para justificar a negativa de indenização do colaborador, que adquiriu as doenças durante o período que trabalhava para a empresa. Acontece que seu Presidente Ometto, destaque na revista Forbes, pela fortuna bilionária adquirida com atividades no setor sucroenergético, figurou na mídia como campeão de doações à campanha presidencial de Lula (PT) e também de aliados de Jair Bolsonaro (PL), nestas eleições de 2022. Só para a campanha do ex-ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (PL), candidato ao governo de São Paulo, o empresário doou R$ 200 mil.
A atitude do magnata do agronegócio coloca por terra a justificativa dada pela Biosev de falta de recursos para oferecer auxílio ao trabalhador, além de revelar a crueldade com que a empresa, subsidiada pela COSAN, trata os colaboradores que ajudam gerar riqueza para o grupo.
A empresa demitiu o funcionário doente, ao invés de auxiliá-lo no tratamento. Depois tentou reintegrá-lo ao trabalho, mesmo não estando apto a atividade e por fim negou-se a indenizar o colaborador que sofreu lesões na coluna, e foi acometido por câncer de pele em virtude do excesso de exposição ao sol durante seu trabalho na empresa.
Enquanto nega ajuda a um de seus trabalhadores, o grupo, que também é dono da Shell Combustíveis e da Rumo Logística, a maior operadora logística de base ferroviária do Brasil, vê seu Presidente Ometto esbanjando dinheiro em doações para campanhas políticas.
Na ação 0024316-72.2021.5.24.0091 a defesa pediu o retorno de Joaquim ao emprego para que pudesse ter de volta os benefícios e fazer um tratamento de saúde digno. A Justiça deu ganho de causa em favor do colaborador que foi reintegrado ao trabalho e teve o plano de saúde e o seguro de vida restabelecidos.
"Graças a Deus meus Advogados conseguiram o retorno do meu plano de saúde através do processo, senão eu não sei o que seria de mim", narra Joaquim, que depois que recebeu a ordem de reintegração, antes de retornar à atividade, o colaborador teve um princípio de AVC e foi orientado pela defesa que não voltasse a atividade por conta da saúde ainda debilitada.
O que chama a atenção é que mesmo depois de confirmadas todas as patologias, através de exames e tratamentos, a empresa emitiu atestado médico interno afirmando que Joaquim estava apto ao trabalho e pediu que retornasse à função de mecânico.
O escritório de advocacia Medeiros & Medeiros Advogados Associados SS, que faz a defesa do trabalhador, pede indenização pelas lesões causadas nas costas e pela perda da capacidade laboral, só que mesmo com todos os exames que comprovam a debilidade do colaborador, a empresa se nega pagar salários ou mesmo ajudá-lo no afastamento pelo INSS. A defesa entrou ainda com uma nova ação contra a usina (0024044-44.2022.5.24.0091), pela Biosev não ter fornecido a Joaquim as proteções necessárias para trabalhar sob sol, se tornando por isso o principal fator que desencadeou o câncer de pele de Joaquim, que pede indenização material e moral neste novo processo.
Fonte: CNon