Trabalho que impulsiona II - C

Estados definem protocolos de combate a violência nas escolas

Por CNON em 18/04/2023 às 20:37:55

Governos estaduais divulgaram na Ășltima semana protocolos de ações para combater ameaças à comunidade escolar.

Em geral, a partir das caracterĂ­sticas e estruturas de cada unidade federativa, foi proposto que as secretarias atuem de forma integrada também com os órgãos de inteligĂȘncia As alternativas incluem, por exemplo, ampliação do policiamento escolar, telefones para denĂșncia e até medidas como o "botão do pânico".

Por outro lado, professores chamam a atenção para o fato de que é necessĂĄrio aperfeiçoar medidas protetivas, e que as secretarias atuem em rede.

Diretora do Sindicato dos Professores de Escolas PĂșblicas do Distrito Federal, Luciana Custódio afirma que é preciso evitar militarização de escolas, que tem se mostrado ineficiente. "Temos mĂșltiplas realidades: escolas com estrutura e outras sem condições, em comunidades desassistidas. É preciso que a escola seja, de fato, um ambiente de paz."

Nas administrações estaduais, o fluxo que deve ser seguido para dar agilidade às denĂșncias foi pormenorizado para que as reações contra a violĂȘncia sejam mais rĂĄpidas.

Confira propostas do DF e de nove estados

São Paulo

Em São Paulo, o governo do estado anunciou a contratação (temporĂĄria) de 550 psicólogos para atendimento nas escolas estaduais, além de mil vigilantes de empresas de segurança privada que vão trabalhar nas unidades, desarmados. Nessas contratações serão gastos R$ 240 milhões.

Segundo o governo paulista, cada psicólogo deverĂĄ atuar em, ao menos 10 escolas, e fazer uma visita por semana em cada colégio. Quanto à vigilância privada, o objetivo é que o segurança esteja todos os dias nas unidades.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o governo estadual criou o ComitĂȘ Permanente de Segurança Escolar, com representantes da segurança pĂșblica e da Secretaria da Educação para atuar na prevenção às situações de violĂȘncia nas escolas pĂșblicas e privadas.

Também foi apresentado pela PolĂ­cia Militar (PM) o aplicativo Rede Escola, inspirado no Rede Mulher. A ferramenta, que deve entrar em operação em até dois meses, vai conectar diretamente os profissionais da rede de ensino à PolĂ­cia Militar.

A PM destacou o reforço da patrulha escolar e a criação do aplicativo Rede Escola, que jĂĄ estĂĄ em fase de implantação. "Uma ação desenvolvida pela secretaria e em fase de conclusão é o treinamento de gerenciamento de crise e protocolos de segurança para os profissionais da educação", informou o secretĂĄrio de PolĂ­cia Militar, coronel Henrique Pires.

Quanto às ameaças, a secretaria tem um protocolo contra ameaças implementado em todas as 1.549 escolas.

Distrito Federal

No Distrito Federal (DF), o governo anunciou, na semana passada, um conjunto de medidas para prevenção da violĂȘncia e reforço da segurança para as 1.624 escolas e creches das redes pĂșblica e privada, além de faculdades e universidades.O reforço inclui aumento no efetivo policial, com a participação de vigilantes.

Outra ação é a ampliação do monitoramento de perfis em redes sociais com histórico de apologia à violĂȘncia e também investigação de postagens da deep web (ĂĄrea da internet não encontrada pelas ferramentas de busca, o que é aproveitado para compartilhamento de conteĂșdo ilegal).

"O efetivo do batalhão escolar da PM estĂĄ sendo aumentado para estar presente na grande maioria das unidades do DF", disse o secretĂĄrio Sandro Avelar, conforme divulgou a agĂȘncia de comunicação do governo local.

Mato Grosso do Sul

O governo de Mato Grosso do Sul anunciou reforço da ronda policial nas escolas, com viaturas e helicópteros, ampliação do monitoramento com novas câmeras e um dispositivo chamado de "botão do pânico" para eventuais emergĂȘncias.

Para usar corretamente o dispositivo, os profissionais da educação passarão por treinamento e capacitação. As ações são consideradas preventivas e terão parceria com iniciativas como o Programa Educacional de ResistĂȘncia às Drogas e a ViolĂȘncia (Proerd) e os projetos Bom de Bola, Bom na Escola, Projeto Florestinha e Bombeiros do Amanhã.

Outra ação é ampliação de câmeras de vigilância 24 horas por dia nas 348 escolas estaduais do estado. Outra ação foi o lançamento do NĂșcleo de InteligĂȘncia e Segurança Escolar, que serĂĄ um espaço dentro da Central de Monitoramento das Escolas com policiais que vão acompanhar as investigações. O treinamento para professores em casos de necessidade de evacuação da escola vai ser intensificado, informou o governo.

Pernambuco

Em Pernambuco, o governo anunciou a ativação de um nĂșmero de telefone exclusivo para emergĂȘncias escolares (197). A finalidade é que professores, alunos, pais ou qualquer pessoa que tenha conhecimento de ameaças possa acionar a segurança pĂșblica. As informações terão sigilo garantido.

A Secretaria de Segurança PĂșblica enfatizou que a comunicação com as famĂ­lias é primordial para o combate à violĂȘncia nas escolas. Dentre as resoluções contidas no protocolo estadual, estĂĄ prevista o treinamento dos profissionais como caminho de prevenção, além de ampliação do policiamento escolar. Os trabalhos incluem ainda o videomonitoramento, reforço da patrulha escolar e criação de uma central de monitoramento.

Bahia

A Segurança PĂșblica da Bahia divulgou também um canal para comunicação de possĂ­veis ameaças (reais ou falsas). O nĂșmero disponibilizado é o 181. O governo informou que as informações serão tratadas de maneira emergencial pela SuperintendĂȘncia de InteligĂȘncia e repassadas para as forças policiais

Os trabalhos preveem ainda a intensificação do patrulhamento especializado da Ronda Escolar e das unidades da PolĂ­cia Militar. As ações de inteligĂȘncia e investigação da PolĂ­cia Civil tĂȘm apoio da Coordenação de InteligĂȘncia Cibernética (Cyberlab).

Segundo a Assessoria de Comunicação do governo estadual, o delegado Delmar Bittencourt, coordenador do Laboratório de InteligĂȘncia Cibernética da PolĂ­cia Civil, garantiu que haverĂĄ compartilhamento de dados com outros estados.

CearĂĄ

A Segurança PĂșblica do CearĂĄ anunciou que, além das ações de vigilância nas cercanias das escolas, tem investido em ações de inteligĂȘncia contra desinformação e perfis que espalham ameaças.

O governo usa monitoramento realizado pela Coordenadoria de InteligĂȘncia. Um dos resultados é que entre 3 e 11 de abril foram identificados 18 perfis em mĂ­dias sociais que relataram ameaças.

As denĂșncias podem ser encaminhadas para o nĂșmero 181 ou para o (85) 3101-0181.

ParĂĄ

O governo do ParĂĄ informou que vai enviar à Assembleia Legislativa do estado um projeto de lei (PL) para instituir o Programa Escola Segura e criar o NĂșcleo de Segurança PĂșblica e Proteção Escola.

De acordo com o governo, o projeto viabilizarĂĄ o monitoramento por câmeras de segurança nas escolas, o fortalecimento da ronda escolar nos 144 municĂ­pios do estado e a definição de protocolos de segurança, com participação de psicólogos e assistentes sociais.

Segundo o governo, o foco é o desenvolvimento de ambientes seguros e harmônicos, com agentes pĂșblicos treinados para melhor atender alunos, familiares, a comunidade e equipes escolares.

Amazonas

O governo do Amazonas informou que trabalha na elaboração de projetos para aderir ao edital de chamamento pĂșblico do Ministério da Justiça e Segurança PĂșblica para o Programa Nacional de Segurança nas Escolas.

De acordo com o governo estadual, as ações de segurança jĂĄ estão sendo fortalecidas, com iniciativas nas escolas do Departamento de Prevenção à ViolĂȘncia em parceria com a Secretaria de Educação.

Rio Grande do Sul

O governo do Rio Grande do Sul anunciou a intensificação do policiamento nas proximidades das escolas e o monitoramento dos chamados grupos de ódio.

Segundo o governo gaĂșcho, o reforço policial serĂĄ mantido pelo tempo que for necessĂĄrio para tranquilizar a população quanto à segurança de alunos, professores e demais profissionais da educação.

O estado também vai promover ações de comunicação para orientar sobre os canais oficiais para denĂșncias: o telefone 190, para situações de emergĂȘncia, e telefone 181 para denĂșncias. Não hĂĄ necessidade de identificação do autor, e os canais funcionam 24 horas.

*Colaboraram Bruno Bocchini e Douglas Correa

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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Marlene Rosa

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Pena e Fabio