Uma decisão irresponsĂĄvel da gerĂȘncia e do supervisor, do FrigorĂfico BXB Foods, localizado em Nioaque, interior do Mato Grosso do Sul causou a morte do pedreiro João Evangelista da Silva, de 61 anos. Ele estava de serviço nessa empresa, mas era registrado em outra, também do grupo, a Pantanal Produtos AlimentĂcios Ltda. O acidente de trabalho aconteceu no dia 03 em março desse ano.
No momento do acidente chovia forte e a vĂtima foi obrigada a subir no telhado do barracão para desentupir as calhas sem os devidos equipamentos de segurança de onde e caiu de uma altura de cerca de seis metros e sofreu traumatismo craniano.
Momentos antes do acidente o supervisor do frigorĂfico havia ordenado que outros pedreiros subirem no telhado, mas estes se recusaram porque a empresa não tinha os equipamentos de proteção adequados para o serviço, como linha de vida e cinto de segurança, usados para evitar quedas de lugares altos.
Como houve resistĂȘncia dos demais trabalhadores, o gerente do frigorĂfico e o supervisor de serviços foram insistentes na decisão irresponsĂĄvel e procuraram João Evangelista, que era o mais experiente do setor e ordenaram que ele fizesse o serviço. Todas as ações foram acompanhadas pela Técnica em Segurança do Trabalho da empresa.
Mesmo diante dos riscos, para não desobedecer às ordens expressas dos superiores, a vĂtima foi fazer o serviço acompanhado de outro trabalhador que também foi obrigado a subir no telhado do barracão. Mas ao chegar na cobertura João Evangelista perdeu o equilĂbrio, sofreu a queda e teve lesões graves que tiraram a vida dele.
O acidente aconteceu porque a empresa não forneceu ao trabalhador linha de vida e cinto de segurança, equipamentos de proteção usados para realização desse tipo de serviço, principalmente em condições adversas, jĂĄ que chovia forte e o telhado estava escorregadio.
Depois da queda João Evangelista vomitou sangue e um lĂquido amarelado. A vĂtima foi socorrida e encaminhada por outros trabalhadores até o pronto socorro de Nioaque, mas devido a gravidade dos ferimentos foi pedido transferĂȘncia para a Santa Casa de Campo Grande para realização de intervenção cirĂșrgica por causa de traumatismo craniano com perda de massa encefĂĄlica, causado pela queda.
Durante o perĂodo de internação a empresa não prestou nenhuma assistĂȘncia a famĂlia da vĂtima. Os familiares tiveram que arcar com despesas como hospedagens e alimentação para visitarem João Evangelista, na capital e até frauda geriĂĄtrica precisaram comprar porque o hospital pĂșblico não tinha. A empresa forneceu algumas vezes combustĂvel para o deslocamento, após muitos pedidos.
O trabalhador ficou internado 68 dias, onde precisou ser entubado e sofreu duas paradas cardĂacas antes de ir a óbito em 10 de maio desse ano.
A morte de João Evangelista foi sentida não só pelos familiares, mas por toda a comunidade de Nioaque onde era bem quisto, na sociedade e frequentava assiduamente a igreja com a esposa e os filhos.
Foto: Divulgação
Foi só depois da morte do trabalhador que o frigorĂfico passou a adotar uso de corda de vida e cinto de segurança, nos serviços de manutenção do telhado.
Fonte: CNon - Canal de NotĂcias On-Line